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sábado, 12 de setembro de 2020

POLÍTICA, UM POUCO DE REFLEXÃO.

Farei esta análise com referência de um grande autor que se ocupa em refletir o tema social e usarei algumas comparações metafóricas para fins didáticos. -Para Fanon, as pessoas têm uma tendência natural à relutância, ao passo que se parafrasearmos, possuem uma tendência "naturalizada" a ser líderes e a dominar, em oposição factual de, quase sempre, serem dirigidas, dominadas e deixar-se alienar.


É facilmente inteligível, que as conquistas burguesas, ao longo da história têm precedentes em duas faces distintas e interconectadas: para exemplificar o resultado de perda ou vitória entre dominador e dominado, uso a metáfora de dois lutadores de boxe sem os códigos de ética do jogo, um deles (de aspecto fraco) vence o oponente (de aspecto forte) e o deixa caído no chão; a atitude do vencedor é um tanto de cortesia, ao passo que, já vencedor, tenta ajudar seu amigo (ou oponente) a se levantar. - É nessa parte da luta que jaze um segredo reflexivo de relações mútuas. O fato de o oponente estar caído no chão pode pressupor que ele está vencido, e é obvio em um primeiro momento, mas nada impede que de maneira dissimulada, ele esteja fingindo estar vencido, para no momento oportuno dar seu golpe fatal. 

As lutas de classes têm sido motivos de grandes conquistas e fracassos ao longo dos tempos. Mas o que quero enfaticamente, e até com um caráter sintético, é extrair as duas faces da situação: apesar de vencedor, a aproximação com o oponente deve ser sob medida. 

Assim, NAS LUTAS SOCIAIS, onde as classes menos favorecidas só gozam de algumas ações do governo devido às lutas incansáveis, o sangue derramado e as incessantes cobranças (isto é óbvio), PERMANECE um agravo interno, que desfavorece a emancipação e a vitória verdadeira dos povos proletários, trabalhadores rurais, sindicalistas etc. (para fazer referência ao lutador de caráter mais fraco); ao passo que FAVORECE a supremacia e hegemonia do outro lado da luta: os dominadores e os opressores ( para fazer referencia ao lutador de caráter forte).

Com esses exemplos, entendo que, duas forças precedentes, não naturais, porém naturalizadas, garantem o sucesso das classes dominantes: de um lado está todas as estratégias de dominação, e a posse hereditária do poder, na iniciativa pública e na iniciativa privada, ou na convergência de ambas; de outro lado está a classe dominada, não totalmente organizada, vítima das forças midiáticas dissimuladas e das estratégias neolinguísticas e discursivas dos poderosos que contribuem para o SURGIMENTO DE PESSOAS, das classes desfavorecidas, que se deixam alienar-se (às vezes de maneira consciente), e praticam as mesmas ações do dominador. Tais pessoas são usadas como massa de manobra, para minar a organização da sociedade civil.

Em síntese, não é por causa do aspecto forte do nosso oponente nem é por causa do aspecto fraco das classes pobres, proletárias e trabalhadoras rurais que não temos uma sociedade mais justa, partilhada, progressista, segura, produtiva e emancipada, (vencedora); é  INDISCUTIVELMENTE por causa do apego e da alienação aos costumes do dominador, por parte de alguns dos dominados nas poucas oportunidades que têm, uma arma voluntária (um gol contra) dentro do processo de luta de classes.