Moradores do Assentamento
Remanso, trabalhadores da lavoura, já indignados com a irresponsabilidade do
poder público municipal, resolvem bloquear na manhã deste 29 de janeiro a estrada que dá acesso à suas
terras onde hoje está sendo depositado o lixão, lixo urbano do município de
Grajaú, sem nenhuma medida de segurança ambiental e especialmente sem observar
os impactos sociais que tal ação causa na vida desses lavradores que dependem
exclusivamente da atividade de subsistência agrícola para manter suas famílias.

É com tristeza que
informamos aqui, que o Prefeito Municipal, afirma no oficio nº 320/2017 – GABIN,
que "não tem nem nunca houve produção nessas terras", e a 2ª
promotoria, humilha os trabalhadores quando os chama em oficio "sem
protocolo" que são "supostos moradores do povoado Remanso", ao
receber o abaixo assinado, e ainda enfatiza de forma incoerente com a lei que
"é da conveniência do gestor municipal decidir onde deve ficar o
lixo" e que indefere o pedido dos trabalhadores porque "já há
processo de ação civil pública contra o município". É cabível perguntar se
há limites de representação judicial quando se trata de crime contra a lei e os
direitos sagrados dos trabalhadores de ter segurança na produção de seus
alimentos, como é o caso emblemático do Assentamento Remanso.
É cabível aqui refazer
ainda os questionamentos mais latentes desses humildes trabalhadores:
Por que esses mesmos
agricultores ao invés de lixo, não poderiam receber a doação de um trator para
facilitar o preparo da terra? Por que não poderiam ser beneficiados com um poço
artesiano e um sistema eficaz de distribuição de água na região produtiva para
facilitar a vida de dezenas de famílias em todas as estações do ano? Por que ao
invés do lixo o prefeito não luta pelo financiamento das atividades agrícolas
dessas famílias? Por que não criar programa de beneficiamento e escoamento da produção
do Assentamento Remanso?
A população espera justiça e
respostas do poder municipal.